quinta-feira, 7 de abril de 2011

UM CLIMA EXPLOSIVO

  Os problemas internos da Rússia se agravaram ainda mais após a guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A origem do conflito foi a disputa entre os dois países por territórios na China e por áreas de influência no continente. A derrota ante os japoneses mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o descontentamento de diferentes grupos sociais com o czar Nicolau II. Começaram a ocorrer greves e movimentos reivindicatórios, duramente reprimidos pela polícia czarista.

            Num domingo de janeiro de 1905, trabalhadores de São Petersburgo, então capital do Império Russo, organizaram uma manifestação para entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam melhores condições de vida e melhores salários. Uma multidão de cerca de 200 mil pessoas, entre elas crianças e mulheres, dirigiu-se ao Palácio de Inverno, residência do czar. As tropas do governo, que estavam de prontidão, receberam os manifestantes com tiros de fuzil.

            O incidente, que ficou conhecido como Domingo sangrento, provocou conflitos em toda a Rússia.

            Tentando diminuir as tensões sociais, o czar criou a Duma, espécie de Parlamento. Contudo, os deputados eleitos das quatro primeiras dumas foram de tal maneira pressionados pelo czar que pouco puderam fazer.

            Esse ambiente contribuiu para a difusão e a aceitação das idéias socialistas - sobretudo as elaboradas pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels - entre os movimentos sociais russos. Assim, essas idéias se tornariam a base da Revolução Russa.

            Em 1905, surgiram os sovietes de trabalhadores, conselhos que se encarregavam de coordenar o movimento operário nas fábricas. Os sovietes teriam papel decisivo na revolução de 1917.


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